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NOTÍCIAS
01/10/2014

Adolescentes levados para teste falso de futebol no RJ voltam para Alagoas

Os adolescentes que foram levados há quase dois meses por um suspoto empresário de futebol para fazer teste em clubes de futebol do estado do Rio de Janeiro (RJ), e que, segundo a Secretaria de Assistência Social carioca, viviam em condições subumanas em uma chacará no município de Guapimirim, chegaram na noite desta quinta-feira (01) em Maceió.

Acompanhados por representantes da Casa de Direito do Rio de Janeiro, os adolescentes provenientes de 11 municípios alagoanos desembarcaram no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, onde foram recebidos pelo secretário de Promoção da Paz de Alagoas (Sepaz), Adalberon Sá Júnior, e alguns familiares. Do aeroporto o grupo seguiu para Casa de Direito, no bairro do Jacintinho, onde foi recebido por assistentes sociais e psicólogos.

"Estamos aqui para receber esses meninos e dar apoio aos familiares, que serão orientados para evitar que casos como este voltem a ocorrer. Quanto às investigações e desdobramentos diante da cooptação deste meninos, o caso ficará a cargo da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público (MP) de Alagoas, que já recebeu informações do MP do Rio de Janeiro", falou o secretário da Sepaz, Adalberon Sá Júnior.
Ansioso com o retorno do fillho de 13 anos que viajou no dia 9 de agosto para o Rio de Janeiro, Luiz Francisco da Silva, da cidade de Pilar, disse que não desconfiou de nada porque o empresário identificado como Alan Nunes da Silva, que é candidato a deputado estadual em Alagoas pelo PRTB, sempre pareceu confiável.

"Ele sempre dizia que os meninos fariam testes no Fluminense, Vasco e no Tigres do Rio. Eu até viajei para ver como era lá e estava tudo bem. Meu filho é só uma criança e só quer jogar futebol. Só nas últimas semanas ele pediu para voltar porque não estava treinando", falou ao relatar que a família de cada menino pagou em média R$ 600 pela viagem, sendo que R$ 300 foi levantado através de uma rifa.

Ao conhecer Alan Nunes, Luiz Francisco ainda ficou responsável em treinar outros meninos para viajar nos próximos meses. "Antes de tudo isso acontecer eu estava treinando 40 meninos a pedido do Alan. Ele disse que me pagaria R$ 500 por mês, e precisaria ainda de 5 meninos para jogar em clubes cariocas", completou Luiz.
Irregularidades
Os meninos eram mantidos em uma casa de apenas dois quartos e um banheiro, com infraestrutura insuficiente. Após uma denúncia anônima, a Secretaria Estadual de Assistência Social soube do caso. O superintendente da Promoção dos Direitos Humanos, Miguel Mesquita, diz que encontrou várias irregularidades.
"Esses jovens dormiam em colchonetes no chão e sem cobertor, faziam apenas uma refeição por dia, não estavam acompanhados de um responsável legal e não estudavam', diz o gestor que afirma ainda que no primeiro momento foi feito um trabalho para suprir essas necessidades.
Diante da situação, o Ministério Público Estadual (MP) do Rio de Janeiro abriu uma ação civil pública, onde o candidato a deputado foi denunciado. Foi identificado várias violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como a falta de acesso a saúde e educação, já que apenas cinco meninos estavam matriculados na rede pública, falta de convivência familiar e alimentação insuficiente.



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